NBR 15696: Fôrmas e Escoramentos

#Oquedizanorma?

NBR 15696: FÔRMAS E ESCORAMENTOS

É indiscutível que a parceria entre fôrmas e escoramentos é essencial para execução das estruturas de concreto. Afinal de contas, essas estruturas provisórias são responsáveis por:

  • Suportar as cargas da estrutura até que o processo de cura esteja finalizado.
  • Moldar os elementos estruturais (fôrmas).

Por isso, é fundamental ter atenção tanto no projeto quanto na execução dessas estruturas. Assim, você consegue evitar o surgimento de manifestações patológicas nos elementos estruturais.

Não sei se você percebeu, mas falamos em projeto! Isso mesmo, muita gente não sabe que é necessário fazer um projeto de fôrmas e escoramentos. Por isso, erros durante a execução são bem comuns.

A seguir, vamos dar dicas importantes, com base na NBR 15695, sobre as fôrmas e escoramentos. Essas orientações são essenciais para garantir a segurança e a qualidade da sua obra! Continue a leitura para aprender mais sobre esse tema.

O que diz a NBR 15696?

A NBR 15696:2009 foca nos procedimentos que devem ser seguidos tanto na fase de projeto quanto na execução das fôrmas e escoramentos para as estruturas de concreto.

Saiba tudo sobre Fôrmas

Segundo a NBR 15696:2009, fôrmas são estruturas provisórias que servem para moldar o concreto fresco, resistindo a todas as ações provenientes das cargas variáveis resultantes das pressões do lançamento do concreto, até que ele se torne autoportante.

Conseguiu entender? Basicamente, as formas são responsáveis por garantir as dimensões estipuladas em projeto para as estruturas de concreto. 

Entretanto, não basta apenas isso. É preciso que elas tenham resistência suficiente para suportar os esforços relacionados a essa etapa de lançamento do concreto. A norma lista alguns desses esforços, entre eles, estão:

  • Peso próprio 
  • Pressão lateral do concreto
  • Impacto do lançamento do concreto
  • Vibrações do concreto

Na seção ´´4.2 – Cargas´´ da norma, você pode consultar a lista completa. Ah, e outra coisa, esses esforços devem ser considerados tanto para o projeto das fôrmas quanto para o de escoramento.

Após a garantia da resistência das formas aos esforços, pode-se realizar o lançamento do concreto e, em seguida, a etapa de desforma. Tudo isso deve ser feito com muito cuidado para evitar acidentes e falhas indesejadas.

Lembrando que as fôrmas são estruturas provisórias e só podem ser retiradas assim que o concreto atingir uma resistência suficiente para ser considerado autoportante.

Fôrmas bem executadas é sinônimo de durabilidade!

É isso mesmo, um sistema de fôrmas executado conforme as boas práticas, seguindo as recomendações das normas é garantia de segurança e durabilidade. 

O resultado disso? Economia! Por isso, vamos verificar alguns problemas relacionados a execução das fôrmas que podem onerar uma obra e que você deve evitar de qualquer jeito.

  • Atrasos na obra: Os sistemas de fôrmas geralmente são reaproveitados, ou seja, é preciso concluir uma etapa para iniciar outra. Por isso, qualquer erro ou atraso na montagem das fôrmas pode afetar toda a obra.
  • Ninhos de Concretagem: Quando as fôrmas não são estanques, a nata de cimento tende a escorrer pelas frestas, gerando acúmulo de brita, ocasionando falhas no concreto.
  • Deformações Excessivas: Sim, as famosas flechas! A retirada prematura das fôrmas e escoramentos, pode ocasionar deformações indesejáveis na estrutura, gerando acentuada fissuração.

Recomendações para Fôrmas:

Quando o assunto é fôrmas, alguns cuidados fazem toda a diferença na hora de sua execução. A escolha certa do material, uma montagem caprichada e atenção aos detalhes podem evitar muita dor de cabeça lá na frente.

Vai por mim, não é só montar de qualquer jeito. Cada detalhe conta para o resultado final! Por isso, separamos algumas recomendações  que vão te ajudar a acertar na execução das fôrmas e que faça você dormir tranquilo.

  • Certifique-se de que as fôrmas estejam limpas e levemente úmidas antes de aplicar o concreto. Isso ajuda a evitar que sujeiras se misturem ao concreto e criem pontos de fragilidade na estrutura
  • É preciso verificar a condição de estanqueidade das juntas, ou seja, dê aquela conferida para saber se estão bem vedadas. Isso evita que ocorra o vazamento da nata de cimento.
  • As fôrmas devem possuir dimensões adequadas para proporcionar o correto posicionamento das armaduras, garantindo que o concreto seja lançado e adensado do jeito certo.
  • É importante que as fôrmas tenham rigidez (sejam firmes e resistentes) para garantir que as peças da estrutura mantenham o formato e as dimensões planejadas.
  • É necessário garantir, no momento da concretagem, a estabilidade das fôrmas utilizando suportes e contraventamentos.

Tempo de desforma do concreto

Já especificamos que o processo de desforma só deve acontecer quando o concreto se torna autoportante. Mas aí você pode estar se perguntando: afinal, em quanto tempo posso retirar as fôrmas?

Bem, infelizmente a NBR 15696:2009 não responde a essa pergunta, a norma apresenta apenas algumas recomendações e cuidados que devem ser seguidos nessa etapa.

Pensando nisso, buscamos referências que podem te ajudar! Lembrando que esses valores servem como parâmetros, mas é importante avaliar cada caso individualmente, considerando as particularidades de cada obra

Pois bem, vamos lá! A primeira referência é a NBR 7678:1983. Apesar de ser bem antiga, a norma ainda está em vigor e apresenta os seguintes valores para o tempo mínimo de desforma, levando em consideração a sobrecarga.

A nossa segunda referência trata-se das Recomendações Básicas para a Contratação e Fiscalização de Obras de Edificações Públicas desenvolvido pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em 2014.

O manual, diferente da NBR 7678, leva em consideração o tipo de cimento empregado para determinar os valores mínimos para o tempo de desforma.

Tal fato segue coerência com algumas literaturas relacionadas ao tema. Maranhão (2000) afirma que há uma variação no tempo de desforma em função do tipo de cimento.

Nesse sentido, o autor destaca que, cimentos de alta resistência, por exemplo, podem ter um tempo de retirada das formas menor, comparados com cimentos comuns.

A tabela abaixo apresenta os valores propostos pelo TCU:

Saiba tudo sobre Escoramento

Falaremos agora sobre as principais recomendações quando o assunto é escoramento. Porém, antes de tudo, precisamos entender alguns termos relacionados ao tema que costumam gerar uma certa confusão.

qual é a diferença entre Escoramento, Reescoramento e Escoramento Remanescente?

Para explicarmos esses termos e suas diferenças, iremos recorrer aos itens 3.2 e 3.3 da NBR 15696:2009. A partir daí, temos o seguinte:

Escoramento: estruturas provisórias com capacidade de resistir e transmitir às bases de apoio da estrutura do escoramento todas as ações provenientes das cargas permanentes e variáveis resultantes do lançamento do concreto fresco sobre as fôrmas horizontais e verticais, até que o concreto se torne autoportante.

Reescoramento e Escoramento remanescente: estruturas provisórias auxiliares, colocadas sob uma estrutura de concreto que não tem capacidade de resistir totalmente às ações provenientes de cargas permanentes e/ou variáveis, transmitindo-as às bases de apoio rígidas ou flexíveis.

De modo prático, a diferença entre escoramento e reescoramento está no momento em que cada um é utilizado. O escoramento é colocado logo após a concretagem, sustentando a estrutura enquanto o concreto ainda está fresco e em processo de cura.

Após alguns dias, partes do escoramento podem ser removidas, deixando a estrutura mais enxuta. Os elementos que permanecem até que o concreto alcance a resistência estipulada em projeto é chamada de Reescoramento ou Escoramento remanescente.

Já o escoramento remanescente, como o próprio nome sugere, são os suportes que permanecem após a retirada de parte do escoramento. Sim, é possível remover certos elementos do escoramento após alguns dias.

Mas, qual seria o objetivo disso? Dá para retirar esses elementos mesmo? Sim, alguns itens podem ser retirados! Assim, você pode reutilizá-los em outra etapa da obra, garantindo mais produtividade e economia.

Para a NBR 15696, os termos Escoramento Remanescente e Reescoramento são sinônimos. Porém, especialistas afirmam que o termo Escoramento Remanescente é o mais adequado para as técnicas construtivas atuais e a explicação é histórica.

Explicação histórica do termo Reescoramento

Inicialmente, utilizava-se o termo Reescoramento, pois algumas escoras eram posicionadas estrategicamente 3 dias após a concretagem das lajes e das vigas, antes do início do descimbramento.

Esse método entrou em desuso, a prática demonstrou que é mais seguro e econômico posicionar as escoras estrategicamente antes da concretagem dos elementos estruturais.

Por esse motivo, o termo Escoramento Remanescente passou a ser mais correto, pois algumas escoras permanecem até que o concreto alcance sua resistência de projeto.

Importância do Escoramento Remanescente

Conseguiu entender a importância do Escoramento Remanescente? Por exemplo, imagine um prédio com 12 andares… Já pensou se para cada andar fosse preciso esperar 28 dias para poder reutilizar todos os elementos do escoramento?

A demora no processo construtivo seria enorme! Além disso, seria inviável comprar ou alugar um número considerável de escoras e fôrmas para resolver esse problema, o custo seria altíssimo.

Um exemplo comum do aumento de produtividade com o uso do escoramento remanescente é a retirada das fôrmas laterais das vigas. Esses itens podem ser removidos em poucos dias e até mesmo reaproveitados em outras partes da obra.

Em quanto tempo pode retirar o escoramento?

Segundo a NBR 15696:2009, o escoramento remanescente só deve ser retirado quando o concreto atingir a resistência para a qual foi projetado. Em obras mais comuns, isso costuma acontecer em aproximadamente 28 dias.

Lembrando que tanto a NBR 15696:2009 quanto a nova NBR 14931:2023 determinam um prazo mínimo de 14 dias para a remoção ou remanejamento do escoramento. Ou seja, em nenhuma hipótese deve ser retirado antes desse período!

Como retirar o Escoramento?

Segundo a norma NBR 15696, a retirada do escoramento de laje e viga deve ocorrer conforme a análise do comportamento estrutural da edificação, juntamente com os dados de deformabilidade e resistência do concreto.

Dito isso, é preciso entender que a retirada das escoras deve ocorrer de forma a não modificar o comportamento estrutural do elemento. Desse modo, entender os diagramas de momento fletor da estrutura pode te ajudar nesse procedimento.

Mas, visando facilitar sua vida vamos te dar alguns macetes de como retirar o escoramento de forma correta, dependendo do tipo de estrutura. É só seguir direitinho que tudo vai dar certo!

A seguir, você vai encontrar dois exemplos que demonstram como retirar o escoramento de estruturas biapoiadas e de estruturas em balanço.

Estruturas Biapoiadas

Estruturas em Balanço

TÓPICOS RESUMIDOS DA NBR 15696

Nessa seção, vamos fazer um resumão do que você vai encontrar na NBR 15695. Com sua última revisão em 2009, essa norma tem 7 tópicos e 6 anexos, distribuídos em 26 páginas. Confira as informações abaixo.

NOME: NBR 15696 (Fôrmas e Escoramentos para Estruturas de Concreto – Projeto, Dimensionamento e Procedimentos executivos).

ÚLTIMA REVISÃO: 15/04/2009

1.ESCOPO – Prescreve exigências relativas à aplicação da norma, ou seja, define do que se trata a norma e onde ela se aplica.

2.REFERÊNCIAS – Apresenta todas as normas que trabalham em conjunto com a NBR 15696, como: NBR 6120, NBR 6123, NBR 7190, NBR 8800, entre outras.

3.TERMOS E DEFINIÇÕES – São apresentadas definições de termos relacionados à norma, visando melhor entendimento do assunto.

4.PROJETO E DIMENSIONAMENTO: FÔRMAS E ESCORAMENTOS – Estabelece os requisitos necessários para o projeto das fôrmas e escoramentos. Além disso, prescreve os elementos que devem ser considerados nos métodos de cálculo para o dimensionamento das fôrmas e escoramentos.

5.MATERIAIS E EQUIPAMENTOS – Apresenta os diferentes materiais existentes para fôrmas e escoramento de concreto. Além disso, estabelece as características dos materiais.

6.EXECUÇÃO DE FÔRMAS E ESCORAMENTOS – Estabelece os requisitos para execução das fôrmas e escoramentos. Nesse sentido, alerta para cuidados na montagem e retirada desses elementos, bem como durante a concretagem.

7.IMPACTO AMBIENTAL – Trata de medidas que devem ser tomadas durante a execução para minimizar impactos ambientais.

8.ANEXO A – Prescreve os critérios necessários de fôrmas e escoramentos para equipamentos industrializados 

9.ANEXO B – São apresentados os critérios de cálculo para o projeto de fôrmas e escoramentos.

10.ANEXO C – Estabelece critérios para a utilização de reescoramento e/ou escoras remanescentes após a desforma do pavimento.

11.ANEXO D – Apresenta os critérios de cálculo da pressão do concreto para fôrmas verticais.

12.ANEXO E – Prescreve critérios de ensaios para os equipamentos provisórios (escoramentos e fôrmas).

13.ANEXO F – Estabelece os requisitos que devem ser seguidos pelo fornecedores de equipamentos provisórios. 

Chegamos ao fim do nosso artigo, espero que você tenha aprendido bastante com nosso artigo sobre fôrmas e escoramento. Se você gostou, compartilhe com algum amigo. Até a próxima!

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Segundo a NBR 6122, qual é a dimensão mínima da base de uma sapata isolada?

Resposta:

Deve ter, no mínimo 60 cm.

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